A FOTOGRAFIA DE NEWBORN NO BRASIL – ONTEM E HOJE

A FOTOGRAFIA DE NEWBORN NO BRASIL – ONTEM E HOJE
Daniela Margotto estreia o blog exclusivo sobre o segmento newborn no site da FHOX. A cada 15 dias um novo post sobre fotografia de recém-nascidos com suporte da ABFRN
por Revista FHOXPublicado há 6 meses atrás | por Blog Newborn
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Primeiro vou falar um pouco da minha história, para depois falar sobre o tema que escolhi. Na verdade, o tema se mistura com minha vida na fotografia, vou contar o porquê.

Me formei em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e atuei alguns anos na área. Depois que fui mãe, resolvi me dedicar exclusivamente aos filhos e assim foi por oito anos consecutivos. Descobri a fotografia por acaso, nunca havia pensado nela como profissão. Foi como uma “mãe-fotógrafa”, na busca de fazer registros da vida dos meus filhos que surgiu essa paixão. Porém, só quando o meu filho mais velho estava com oito anos e a pequena com cinco é que comecei a fazer cursos e enxergar a possibilidade de trabalhar com isso. Montei um home studio e depois de alguns meses, com o apoio do meu marido, resolvi profissionalizar o negócio e abri estúdio de rua há cerca de seis anos. É aí que tudo se mistura: quando a fotografia surgia na minha vida como profissão, surgia no Brasil a fotografia newborn.

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Foi pela internet que vi ensaios australianos e americanos de recém-nascidos dormindo em várias poses e me apaixonei por aquelas imagens, “como podia o registro de bebês ser tão lindo assim?”, eu pensava.

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Como tudo que é novo, ainda não havia muitas informações a respeito do estilo. Era muito difícil saber como as poses eram feitas, o porquê de serem feitas daquela maneira, assim como era muito difícil arrumarmos acessórios apropriados para o ensaio. Hoje temos uma indústria só desses produtos. Eu lembro quando levava meus filhos para o clube, mostrava fotos para as pessoas que faziam tricô e crochê e perguntava se elas conseguiriam achar aqueles materiais e confeccionar aquelas peças. De lá para cá, muita coisa mudou.

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Ainda na época do meu home studio, peguei algumas imagens na internet das irmãs Kelley Ryden e Tracy Raver, coloquei todas numa pasta e criei um guia de referências de poses. Ofereci o primeiro ensaio nesse estilo para um primo que tinha uma bebê de poucos dias. Fiz minha primeira sessão com a participação da minha irmã Adriana Margotto que, por ter formação em psicologia, me ajudou a saber a hora certa de registrar o sorriso do bebê durante o sono. Foi uma sessão simples, pois eu não queria arriscar. Depois de meses fiz meu primeiro curso com a querida fotógrafa brasileira que reside na Austrália, Danielle Hamilton. A partir de 2010, ela foi a responsável por formar muitos profissionais e desvendar os segredos daquela misteriosa fotografia. De lá em diante, não parei mais. Foram muito ensaios de graça, muita prática e dedicação para que a minha fotografia melhorasse.

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Depois de alguns anos comecei a ministrar workshops, mas continuei buscando por conhecimento, fosse com amigas que também faziam este tipo de fotografia ou em outros cursos que começaram a surgir. Hoje trazemos referências mundiais para palestrar e dar cursos no Brasil. Já recebemos nomes como Kelly Brown, Erin Elizabeth (ambas pela FHOX), Stephanie Robin, Amy McDaniel, da Dewdrops, Brittany Woodall e Ana Brandt por exemplo. Tive a sorte de me aperfeiçoar e aprender com todas elas.

Vamos agora a uma pergunta que não quer calar: por que chamamos de “fotografia newborn” e não de “fotografia de recém-nascidos”? O termo em inglês é usado porque para nós, brasileiros, foi como conhecemos o estilo. Eram fotos feitas por pessoas da língua inglesa, nos primeiros dias de vida do bebê, posadas em acessórios como cestos, gamelas, pufe e afins. Não fomos os pioneiros, não criamos o estilo, aprendemos a fazer com eles e acabamos falando como eles. O termo “fotografia newborn” acabou definindo um conceito e serviu também para diferenciá-lo de outros estilos (do lifestyle, por exemplo, que também já tinha a palavra em uso por aqui). O termo poderia ter sido “fotografia de recém-nascidos”, mas não foi. Não sei se isso mudará ou não um dia, nem sei se isso importa, uma vez que usamos outros termos da cultura americana em nosso cotidiano e absorvemos tantas coisas de outras culturas, ainda mais com a velocidade da internet e sua presença nas nossas vidas. Uso tanto um quanto o outro, ambos fazem parte do meu dia a dia.

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Vou abordar agora outro questionamento que tenho visto hoje em dia nas redes sociais: existe uma grande quantidade de ofertas de workshops, presenciais e on-line, isto é bom ou ruim? Na maior parte dos comentários e posts que li, muitas críticas e ironias tomavam conta. Deixo aqui a minha opinião: acho isso ÓTIMO. Por quê? Vou citar alguns dos meus pontos de vista: primeiro porque aprender nunca é demais. Estamos sempre em busca de nos aperfeiçoar, em busca de respostas, em busca de nosso próprio estilo. Somos seres em constante transformação – ontem eu tinha um estilo, hoje tenho outro, amanhã não sei como será a minha fotografia. Outro ponto importante: o mercado cresce mais responsável, mais preparado (principalmente por se tratar de fotografia de bebês tão pequenos). Cito ainda mais um ponto pelo qual gosto de que tenhamos muitos cursos: formam-se novos profissionais e com isso a concorrência, que é muito saudável não só para o mercado que terá um padrão melhor de fotografia, como pela busca de nós, profissionais, querermos sempre algo melhor. Não pela competição, mas para o nosso cliente e para nossa satisfação pessoal.

Ainda em relação à quantidade de cursos, um último pensamento: cabe ao aluno pesquisar a qualidade do curso, do professor e fazer suas escolhas. Tem muitos profissionais bons ministrando cursos, muitos mesmo. Assim como tem gente que o faz apenas pela oportunidade de ganhar dinheiro, sem ter qualificação para tal. Cabe ao aluno pesquisar e fazer a SUA escolha.

Voltando ao assunto de que estamos lidando com recém-nascidos, uma das preocupações que tivemos com o surgimento desse estilo, foi de estabelecermos padrões de segurança para o ensaio. Fundamos então, em 2012, a ABFRN – Associação Brasileira de Fotógrafos de Recém-Nascidos, uma entidade sem fins lucrativos que tem o intuito de fazer o segmento crescer como uma classe unida em busca de padrões internacionais de qualidade e segurança. Éramos oito fotógrafas em busca de um sonho, hoje somos mais de 200 membros associados, com os mesmos ideais. Um dos objetivos que traçamos e temos trabalhado atualmente é fazer a aproximação entre a associação e os pais, para que cada vez mais eles conheçam e a utilizem para encontrar fotógrafos associados em suas cidades.

O mercado mudou, os fotógrafos evoluíram muito e os pais (na sua maioria) já não têm mais medo de tirar o bebê de casa para fazer o registro dos seus primeiros dias de vida. Pelo contrário, quando eles nos procuram, já têm a preocupação de fazer as fotos dentro dos quinze dias recomendados. É um registro que já virou parte do “enxoval” do bebê.

Essa mudança foi vista nas cidades grandes e chegará, com certeza, a cidades menores, se é que em muitas já não chegou.

Um conselho para os novos fotógrafos: procurem se especializar e façam com responsabilidade e AMOR! Temos sorte de trabalhar com seres incrivelmente encantadores.

Me sinto feliz por ter feito parte da história da fotografia newborn no Brasil. E muito realizada, não só por participar do registro de momentos importantes da vida das famílias, mas por executar um trabalho que ajuda a construir suas memórias.

Daniela Margotto é formada em Administração, mas se encontrou na fotografia de gestantes, recém-nascidos e famílias. É fundadora e Vice-Presidente da ABFRN – Associação Brasileira de Fotógrafos de Recém-nascidos e proprietária de estúdio fotográfico na cidade de São Paulo. Também fotografa arquitetura, paisagens e street photography.

Fonte: http://www.fhox.com.br/blogs/a-fotografia-de-newborn-no-brasil-ontem-e-hoje/

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