Práticas profissionais e de segurança recomendadas pela ABFRN

Formulamos este documento para esclarecer dúvidas e orientar os profissionais que atuam neste segmento, sobre às práticas de segurança e o conforto dos bebês
Ao se associar à ABFRN, os profissionais da fotografia assinam um termo no qual declaram conhecer, concordar e fomentar as recomendações contidas neste documento.

1. Nunca deixar o bebê sozinho, seja no pufe, em um cesto ou em qualquer outro lugar. O bebê deverá estar SEMPRE ao alcance das mãos de um adulto responsável por cuidar dele, seja o próprio fotógrafo, um assistente ou um dos pais. Apesar de ser bem pouco provável, é possível que em um reflexo, estique as pernas ou faça algum movimento inesperado que pode desequilibrá-lo ou colocá-lo em uma situação de risco. Por isso é importante a supervisão constante.

2. Verificar a segurança dos materiais e acessórios a serem utilizados. Recomendamos a utilização de materiais macios, confortáveis e que não apresentem risco de quebra. Jamais devem ser utilizados objetos de vidro ou louça, que podem representar um risco grande para a segurança do bebê. Nas poses em que o bebê ficará pendurado dentro de um tecido ou uma rede, é importante testar a integridade do suporte com um peso que seja no mínimo o dobro do peso do bebê, por pelo menos 10 minutos. Em situações como estas, é importante suspender o bebê em até 20 cm e fazê-lo sobre um pufe ou com as mão de um adulto responsável por baixo.

3. Cuidado e atenção constantes com a higiene. Os recém-nascidos possuem o sistema imunológico frágil e por isso estão mais sujeitos à infecções. É imprescindível que você higienize suas mãos antes e durante a sessão com álcool em gel, além de manter o ambiente e todos os materiais que entrarão em contato com o bebê limpos. Caso ele use uma chupeta, mantenha um recipiente limpo para colocá-la quando não estiver em uso e esterilize-a a cada vez que cair no chão.

Observação importante: caso você ou alguma pessoa de sua família com quem você tenha contato próximo, esteja doente ou com suspeita de alguma doença contagiosa, cancele ou transfira a sessão para outra data, evitando assim o risco de contaminação do bebê.

4. Alergias. Apesar de ser pouco provável que o bebê desenvolva alergias devido ao contato com mantas e cobertores durante a sessão, é importante que todos os materiais nos quais a criança será exposta sejam lavados com sabão neutro apropriado para o uso de recém-nascidos.

5. Cuidado e atenção para a circulação sanguínea. É comum que os recém-nascidos tenham a circulação sanguínea diminuída nas extremidades, mãos e pés, por isso mantenha-se atento para alterações na coloração dessas partes durante as poses, que podem comprometer ou dificultar ainda mais a circulação. Caso perceba que as mãos ou os pés estão ficando muito vermelhos ou arroxeados é necessário retirar o bebê da pose para a circulação voltar ao normal.

6. Poses elaboradas requerem montagens fotográficas. A cabeça de um recém-nascido é bastante pesada em relação ao corpo, podendo representar um terço do peso total. Esta informação é importante porque em todas as poses onde o bebê fique na vertical (ou com a cabeça apoiada sobre as mãos) é necessário que ele esteja seguro durante todo o tempo, jamais sendo deixado sozinho na pose. Nesses casos, você deverá fazer uma montagem fotográfica com duas ou mais imagens, na qual o bebê tenha sido apoiado em pontos diferentes.

Quando posicionado dentro de baldes ou cestos, especialmente aqueles que tenham a base menor do que a boca, é necessário usar um contra-peso no fundo do mesmo, para evitar seu tombamento.

7. Atenção para os reflexos primitivos. Os recém-nascidos são dotados de alguns reflexos específicos para garantir sua sobrevivência fora do útero, que devem ser conhecidos e observados para evitar situações perigosa. O reflexo de busca, por exemplo, se dá quando encostamos na bochecha e o bebê vira o rosto para procurar o seio materno. Se estiver em sono leve ou ligeiramente faminto, poderá fazer isso durante a pose e ocasionar um movimento brusco, como rolar para a frente no pufe. Neste caso, o ideal é deixar que ele mame antes de continuar com a sessão.

Outra reação que deve ser estudada, é o reflexo de Moro, quando as pernas e os braços esticam e o fecham rapidamente. Isto geralmente acontece quando os pequenos ouvem um barulho forte ou com uma mudança brusca de  posição. Além de gerar choro e irritação, este reflexo pode ser perigoso nas poses em móveis, então evite ambientes barulhentos.

É importante também prestar atenção ao reflexo de encurvamento do tronco, conhecido por reflexo de Galant: quando a criança está de bruços e é tocada nas costas (ao longo da espinha ou nas laterais acima dos rins) ela flexiona o tronco para o lado tocado, causando o desequilíbrio da mesma. Nesta situação, é importante ressaltar que os pais não toquem ou acariciem as costas do bebê.

8. Atenção às limitações pessoais de cada bebê. Cada bebê tem seus próprios limites corporais e podem não se adaptar a determinadas posições. Se você perceber que o bebê está resistindo a uma posição, ou se ele começar a chorar e resmungar sempre que colocado naquela pose, mude a posição e fotografe-o em outras poses. Isto é importante para garantir o conforto e evitar o risco de machucá-lo ao forçar determinada posição.

Bebês que sofrem de refluxo (comum entre recém-nascidos) podem ter maior dificuldade para ficar de bruços ou nas posições com o corpo dobrado sobre o abdômen. Orientamos que busquem posições mais naturais e confortáveis.

9. Atenção à temperatura e umidade relativa do ar. Antes de despir o recém-nascido, é importante verificar que o ambiente esteja na temperatura ideal, entre 26 e 30 graus Celsius. O conforto térmico da criança irá variar de acordo com seu metabolismo, entretanto, é preciso estar atento aos sinais de frio e calor para regular a temperatura de acordo com a necessidade de cada um. A umidade relativa do ar deve ficar entre 50 e 60%, pois em ambientes muito secos e quentes você pode não perceber o suor do bebê, que evaporará rapidamente, levando-o a um quadro de desidratação. A mãe do bebê também deverá amamentá-lo nos horários rotineiros ou a cada 2 horas, para garantir que não haja desidratação.

10. Verificar o estado geral de saúde do bebê. O fotógrafo precisa se informar previamente com os pais sobre o estado geral de saúde do bebê, problemas congênitos, má formação ou qualquer outro problema que possa interferir nas poses. Caso haja alguma condição pré-existente, é recomendável solicitar aos pais um atestado formal assinado pelo pediatra liberando o bebê para a sessão fotográfica. É sempre melhor pecar pelo excesso de zelo, pois algumas vezes a ansiedade dos pais em obter fotos lindas pode ofuscar a preocupação com a segurança, portanto é dever do fotógrafo alertar os pais sobre os riscos.