ENSAIOS TEMÁTICOS

Uma pergunta que tem me ocorrido com frequência cada vez maior, talvez como parte do processo de amadurecimento resultante do meu recente aniversário de 50 anos, é porque eu amo tanto a fotografia. O que é exatamente que me faz amá-la ao ponto de dedicar todos os meus recursos, tempo e energia para construir uma carreira, ainda que tardia, como fotógrafa?

E a resposta tem vindo cada vez mais através do cotidiano, das falas de minhas filhas, da busca por fotos delas para montar um slideshow na festa de 15 anos, na organização dos quadros de fotos para decorar o corredor da casa nova…

Enfim, a resposta é até bem simples: é a fotografia que ajuda a construir a memória da nossa vida! Através das imagens congeladas somos capazes de sentir novamente as mesmas emoções, cheiros, ouvir os barulhos, matar as saudades de pessoas e lugares que já não existem mais. Para isso a fotografia não precisa ser bonita, bem iluminada, com uma composição equilibrada, com o foco no lugar certo, nada disso. Mas se for, muito melhor! E é aí que entra nossa importância como fotógrafos profissionais de família.

Quando fotografo imagino que, além de produzir imagens esteticamente bonitas, estou capturando a emoção daquele instante e guardando-a para ser sentida anos e anos depois, quando muito já terá passado na trajetória daquela família. Certamente algo disso tudo terá sido borrado pela ação do Tempo – nossa memória funciona assim, vai esfumaçando com o tempo – mas rever as fotos será como abrir uma caixinha com tudo aquilo que se passava à época do ensaio, emoções, sentimentos, sensações, saudades…  Será a reconstrução da memória.

Faz parte dessa construção retratarmos algo significativo para aquela família desde um objeto de grande valor sentimental até o simples hobby que os pais tenham à época da chegada do bebê. E para isso as produções temáticas nos ensaios de bebês desenvolvem um papel muito significativo, que será reverenciado e lembrado pela família por um longo tempo.

Conversar sobre isso com os pais ajuda muito a estabelecer uma conexão entre nós, empatia, o segredo para deixar uma marca legal na sessão que está por começar. Muitas vezes a ideia nasce no ensaio de gestante, aí fica mais fácil buscar as produções mas outras vezes a ideia ocorre no bate-papo da sessão de recém-nascido e aí corremos buscar o que poderia ser usado para criar a foto. Às vezes o cliente já chega com alguma referência – ele viu outra foto sua e gostaria de ter algo especialmente para ele – daí a importância de divulgar o que você faz.

Certa vez fazendo o ensaio de uma gestante conversamos sobre a profissão do marido e futuro-papai, um médico, semanas depois ao retornarem para fazermos o ensaio do recém-nascido ele trouxe, além do jaleco e do estetoscópio de verdade, um estetoscópio de brinquedo só para ver se dava para fazer uma produção com ele! E é claro que deu:

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Em outra ocasião fazíamos um ensaio normal e durante um intervalo para mamada perguntei ao pai sobre o e-mail dele. “Palhaço Frangolino…”. Palhaço Frangolino?!?!?! Ele era palhaço de verdade! “Seria incrível incorporar alguns elementos no ensaio”, falei. Ele não tinha trazido nada mas dali a pouco saiu de fininho e voltou meia hora mais tarde com duas malas, malabares, monociclo e tudo mais. Caracterizou-se todo, achamos que o bebê cabia no chapéu e, para completar e dar um toque todo especial, ele sacou um narizinho de palhaço de silicone que usava em apresentações em hospitais infantis. Sensacional, um dos melhores ensaios que já fiz em toda minha vida.

E assim colecionamos histórias…si2

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Vovô juntou dinheiro a vida toda para realizar um sonho: ter uma moto Harley-Davidson. A jaqueta ele já tinha há anos. Quando aposentou-se conseguiu realizar seu sonho. E melhor: a moto chegou no mesmo mês que o primeiro neto. Imagina o mar de lágrimas que rolou durante a sessão.

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A família gaúcha morando aqui em São Paulo nunca deixou suas raízes totalmente de lado. Papai chegou para a sessão com tudo que tinha direito, incluindo até uma roda de carroça de verdade! Juntei com uma peça de madeira do meu próprio acervo e o meu versátil tapete de pelo de carneiro para uma produção que considero bastante equilibrada. E por sorte ainda consegui um sorriso do gauchinho!

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E por aí vai, neto de jogador de futebol:

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Neste caso a mãe quis fazer uma surpresa para o pai, lutador de MMA:

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Pai nadador:

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Se o pai joga basquete, por que não aproveitarmos isso?si9

Algumas vezes os pais trazem um objeto ou peça de roupa com significado para eles como a roupinha que a bisavó usou no batizado dela e que desde então vem sendo usada por gerações na família:

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Outra situação legal é fazermos uma produção retratando a época do ano que o bebê chegou, por exemplo, o Natal:si11

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Ou Carnaval:

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A Páscoa:

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E, por que não, as Festas Juninas:

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Tendo em mente que o céu é o limite para a quantidade de objetos e produções diferentes que podem ser feitas quando se trata de ensaios temáticos acho que vale a pena mencionar que é sempre bom exercitar o equilíbrio. As composições obviamente terão acessórios e outras coisas, mas é importante lembrar que o retrato é do bebê, e por isso ele não deve ficar perdido, ou “sumir” no meio de uma grande quantidade de objetos.

Enfim, sua imaginação é o limite.

Crie, experimente, divirta-se!

 

Fonte: http://www.fhox.com.br/blogs/ensaios-tematicos/

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