A fotógrafa canadense, Stephanie Robin, dá dicas de segurança.

Eu sei que estou sempre me esforçando para melhorar o meu trabalho e metodologia e sempre estive aberta a sugestões de segurança, e espero que você leia este post com a mesma abertura, curiosidade e vontade de aprender.

Gostaria de tomar um minuto para falar sobre uma pose moderna que eu tenho visto
muito ultimamente – A Pose da Batata.

Tem tido muito debate na comunidade em geral sobre a metodologia e segurança de como essa pose seja executada, e estou muito feliz em poder oferecer sugestões e esclarecimentos com base nas recomendações médicas e fisiologia dos recém-nascidos.

 Esta pose pode ser muitas vezes descrita como uma pose na qual um recém-nascido foi enrolado em várias camadas de tecido criando apoio para o tronco e a cabeça do bebê e sentado dentro de uma depressão em um pufe. Depressões podem ser criadas colocando uma bacia, toalhas enroladas, anéis de postura ou outros tais suportes abaixo de um tapete flokati de lã ou outra manta. Os bebês são algumas vezes apoiados enrolando tecido extra embaixo dos cotovelos e debruçados sobre um suporte na parte da frente do tronco. Outras vezes, eles são enrolados várias vezes e apoiados na posição vertical dentro da depressão, com o apoio em torno de seu traseiro sob uma superfície de apoio.

Independentemente de como o bebê foi enrolado ou apoiado, eles são apenas isso… enrolados com tecido e apoiados na vertical.


 Você pode estar se perguntando se pode deixar um bebê equilibrar-se nesta posição e alguns de vocês podem inflexivelmente responder SIM! Vamos detalhar isso e falar sobre o que está acontecendo sob todo esse tecido?

 SUPERAQUECIMENTO:

 Em primeiro lugar, vamos falar sobre o número de voltas que a maioria dos fotógrafos usam para atingir esta pose. A pose da batata normalmente requer 2 ou mais tecidos em torno do bebê. Como os nossos estúdios de recém-nascidos são geralmente mantidos acima de 25 graus Celsius, você definitivamente procurar sinais de que o bebê está superaquecendo nesta posição. Vermelhidão no rosto do bebê será a sua primeira pista. Umidade no cabelo que reveste a parte de trás do pescoço do bebê também indica superaquecimento, uma vez que este é um dos poucos lugares que o bebê tem glândulas sudoríparas. Por esta razão, você também deve ter como objetivo deixar esta área descoberta sempre que possível durante esta pose. Fluxo de ar sobre a parte de trás do pescoço vai ajudar a manter a temperatura do bebê enquanto ele veste tantas camadas de tecido. Deixar a área exposta, no entanto, também vai deixar a cabeça vulnerável a tombar violentamente para trás caso o bebê apresente sobressalto ou reflexo de Moro. Falarei mais sobre isso adiante.

 VIAS AÉREAS OBISTRUÍDAS:

Envolver o bebê pode fazer mais do que aquecê-lo. Para alguns, esta posição exige enrolar de maneira apertada da parte superior do corpo do bebê. Isso garante que os braços fiquem dentro do tecido e também dá apoio ao posicionamento vertical exigido nesta postura. O enrolar apertado também pode restringir o fluxo de ar pelos pulmões do bebê. Pense nisso como um abraço apertado. Todos nós já recebemos um desses uma ou duas vezes! É difícil fazer uma inalação completa de ar com os braços de alguém envolvidos firmemente em torno de você. Com os bebês é o mesmo. O ponto aqui é assegurar-se de que o seu envolvimento esteja solto o suficiente para permitir a plena expansão dos pulmões! Você pode se perguntar como o bebê vai se sustentar se não for enrolado firmemente. Nós vamos chegar a esse ponto daqui a pouco.

Primeiro vamos falar um pouco sobre a traqueia do bebê. Nós já sabemos que a cabeça do bebê é responsável por grande parte do seu peso. Nesta posição, a cabeça do bebê muitas vezes está alinhada no topo de suas mãos ou pulsos com o queixo inclinado para a frente e para baixo. Simular esta posição no seu próprio corpo não é muito agradável pois as suas mãos e pulsos apertam a garganta. É fácil imaginar como o peso da cabeça do bebê que descansa nos pulsos ou nas mãos pode causar a diminuição do fluxo de ar e resultar no dessaturamento do bebê. (A dessaturação ocorre quando os níveis de oxigênio diminuem abaixo de 90%). Lábios inchados podem ser um indicador de que está sendo aplicada pressão ao longo do lado de baixo do queixo e do pescoço do bebê. Forçar a língua para cima e para fora muitas vezes faz com que os lábios pareçam volumosos ou inchados.

CIRCULAÇÃO:

O peso da cabeça apoiada nas mãos não só causa a compressão da garganta do bebê, mas também pode resultar na diminuição da circulação para as mãos do bebê. Como muitas outras posturas, você vai querer monitorar a coloração das mãos e dos dedos do bebê, garantindo que a cor não mude ou aprofunde para um vermelho escuro ou roxo.

VANTAGENS DO APOIO DA CABEÇA:

Ao invés de correr o risco de ter as complicações acima, para não mencionar a possibilidade do bebê recém-nascido se assustar ou perder o equilíbrio, você pode optar por um método muito simples de composição desta pose. Feita corretamente, a composição oferece suporte para o bebê através da manipulação humana. Claro, isso vai exigir alguns minutos extras de edição em um software como o Photoshop para remover as mãos do assistente, mas eu sinceramente sinto que é um tempo bem gasto levando em conta a segurança e conforto do bebê.

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Oferecer apoio através de manuseio humano faz mais do que garantir que o seu bebê permaneça estável durante esta pose. A manipulação humana significa que o bebê não fica dependente de suportes de tecido para mantê-lo na posição vertical, diminuindo o número de voltas necessárias para obter a postura, bem como o risco de superaquecimento. Oferecer apoio através da manipulação também alivia a necessidade dos bebês serem enrolados de maneira muito apertada, diminuindo o risco de compressão do pulmão. O manuseio apoia a cabeça contra qualquer exposição repentina ao reflexo de sobressalto. Além disso, as mãos apoiando o bebê resultam em menos peso da cabeça do bebê descansando nas mãos e pulsos, diminuindo a chance das vias aéreas parcialmente obstruídas, e ao mesmo tempo aliviando a pressão sobre a circulação da mão do bebê.

Eu tenho consultado pediatras, enfermeiros, fisioterapeutas respiratórios e fisioterapeutas pediátricos e todos concordam que não é seguro sob qualquer circunstância deixar um bebê em uma posição ereta sem o apoio das mãos humanas segurando o bebê.

Certifique-se de estar seguro com os seus clientes e questionar os ensinamentos daqueles cujos métodos parecem inseguros. A segurança do bebê pode estar em risco.

Stephanie Robin

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