FOTOGRAFIA DE RECÉM-NASCIDOS – PASSADO, PRESENTE E FUTURO
FOTOGRAFIA DE RECÉM-NASCIDOS – PASSADO, PRESENTE E FUTURO
por Revista FHOXPublicado há 2 meses atrás | por Blog Newborn
A fotografia de recém-nascidos experimentou um crescimento fantástico desde que deu as caras por aqui, no início da década até 2014 mais ou menos. Ao longo desses anos tornou-se um item tão “tradicional” quanto o chá de bebê e o ensaio de gestante. A demanda era grande, a chance de pegar essa onda, ganhar dinheiro e se estabelecer no mercado era alta.
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A partir de 2015 os tempos tornaram-se bicudos para praticamente todo mundo e especialmente para fotógrafos, cujos serviços normalmente disputam espaço no orçamento familiar com alimentação, saúde, educação, etc.. Em épocas de vacas magras e incertezas sobre o futuro é muito comum sermos “cortados” da lista de gastos.
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Para adicionar ainda mais sombras ao cenário, o surto de Zika nos últimos anos fez com que várias famílias postergassem a gravidez por medo de infecção. Conversando com ginecologistas e obstetras, descobri que a queda na demanda deles foi ainda maior que a dos fotógrafos! Conheço clínicas que, de oito médicos ficaram com dois, de dez fertilizações in-vitro semanais passaram a ter duas mensais. O impacto da Zika em nosso mercado é muito maior do que se imagina.
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Hoje, tornar-se um bem sucedido fotógrafo de recém-nascidos é um desafio bem maior do que há 5 ou 6 anos. Se, por um lado agora há uma infinidade de informações disponíveis em diferentes modos/meios (workshops, congressos, cursos on-line, livros, etc.), o nível de qualidade do mercado ficou substancialmente maior, a barra subiu bastante nestes últimos anos. A fotografia Newborn brasileira não fica nada a dever à americana, australiana ou canadense. Quem está começando agora tem que “suar muito a camisa” para chegar ao topo, quem já está lá consegue capturar os clientes com mais facilidade.
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As questões imediatamente subsequentes poderiam ser: e os preços, estão baixando? Como não tenho experiência vou jogar meu preço lá embaixo, funciona? Tenho nome e boa reputação, devo baixar meus preços? Vamos por partes: crises não são para sempre e atravessá-las requer sangue frio, fôlego e paciência.
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Se você escolhe baixar preço você corre o risco de magoar seu cliente antigo e de passar ao mercado a mensagem de que seu valor depende das circunstâncias, e como nem todo cliente deste tipo de fotografia busca só preço baixo (a maioria tem como itens mais relevantes a reputação do fotógrafo que vai manipular a coisa mais importante da vida deles, ou mesmo a “grife” de fotógrafo), muitas vezes baixar preço é dar um tiro no pé: você não aumenta o número de clientes e ainda ganha menos com os que vem ao seu estúdio.
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Se você mantém os preços, apesar da queda na demanda, também ganha menos, mas passa a mensagem de consciência de seu valor e de sua importância. Grandes marcas não fazem liquidação nem abaixam preço (alguém já viu a liquidação da Louis Vuitton ou a promoção “coma o quanto quiser por x reais no restaurante do Alex Atalla ?). Em época de crise vale aumentar o número de vezes que o cliente pode pagar ou mesmo adicionar algo aos serviços sem alterar o valor tais como ampliações extras, brindes, calendário, etc. Não é fácil, é preciso ter sangue frio para não ceder às pressões, fôlego para viver com menos e paciência para manter-se firme até tempos melhores chegarem (e também para ouvir gente reclamando da vida…)
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Aqui no estúdio a coisa anda bem mais devagar do que gostaríamos: em relação a 2014 tivemos uma redução de quase 40% no número de jobs, nossos preços subiram em média 20% e nosso faturamento ficou cerca de 25% menor.
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Com menos clientes, temos mais tempo e estamos investindo em nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Estamos experimentando coisas novas, novos campos de atuação, técnicas diferentes, estamos pesquisando, estudando, lendo, “fuçando” na internet, participando de cursos, workshops e palestras de pessoas que fazem coisas diferentes de nós, conversamos com pessoas fora de nosso público usual.
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Não dá para esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. O mercado mudou, o mundo mudou então mexa-se, experimente, tente, saia de sua zona de conforto. Faça isso, a crise irá passar, a vida é cíclica e nada dura para sempre: quando ela acabar você será um fotógrafo – e uma pessoa – melhor e mais completa.
E a fotografia de recém-nascidos? Está aí para ficar, vai voltar a crescer e será uma das primeiras áreas a retomar o crescimento. Esteja preparado, porque a competição vai ser dura!
SOBRE O FOTÓGRAFO
Jaiel-Prado-Jaiel Prado é fotógrafo retratista formado pela Escola Panamericana de Artes e Design, membro e Fotógrafo Certificado da Professional Photographers of America (PPA) com cursos online publicados pela EduK e participação em vários congressos e workshops. Casado com Simone Silvério, uma das referências da fotografia de recém-nascidos no Brasil, divide a responsabilidade pelo estúdio que mantém no Alto de Pinheiros, em São Paulo. Possui graduação em Engenharia Civil pela Poli-USP, MBA na FIA/FEA/USP e certificação em coaching pela Columbia University-NY, atuou por quase duas décadas no mercado financeiro como VP no Citibank e CEO na GE Capital do Brasil. Há oito anos decidiu deixar a vida corporativa para dedicar-se à fotografia.
Fonte: http://www.fhox.com.br/blogs/fotografia-de-recem-nascidos-passado-presente-e-futuro/